Chichicastenango, El Quiché

Porque aparece Chichicastenango no roteiro?
Seguramente por ter um dos maiores e mais colorido mercado indígena da América Latina. Neste ranking o primeiro lugar continua ocupado pelo Mercado de Otavalo no Ecuador. Mesmo assim, dada a sua dimensão e densidade de tendas e estabelecimentos, entre ruelas e pequenas praças, facilmente deixa qualquer um desorientado pois não é fácil encontrar pontos de referencia.


Nos dias de mercado, às quintas e domingos, recebe comerciantes vindos de muitas regiões guatemaltecas para vender os produtos que ao longo de gerações, as suas famílias se especializaram, seja no artesanato, cerâmicas, roupas, legumes, condimentos e plantas medicinais. Mas nem tudo vem da terra, o marisco com esforço também cá chega...


Um pequeno grupo de mulheres escutava atentamente uma vendedora a explicar as qualidades milagrosas de uma qualquer erva, num dialecto talvez quiche. Não percebi se a erva tinha poderes afrodisíacos ou afastava o mau-olhado. Numa sociedade de baixo nível cultural facilmente o povo acredita nos poderes milagrosos de certos produtos que curam as maleitas do planeta.


Por outro lado é nestes espaços que qualquer viajante gosta de interagir com os locais, de conhecer a sua cultura, os seus hábitos, provar os seus petiscos, muitas vezes receando pela sua saúde mas para isso é que a farmácia ambulante anda sempre na mala. Os guias de viagem tem por habito dissuadir o viajante a comer nos “restaurantes” de rua mas nem sempre é verdade, com a devida cautela há que saber arriscar e muitas vezes degustar a verdadeira gastronomia. Num mercado onde se vende de tudo dá-nos alguma segurança para que as refeições confeccionadas, à frente de todos, sejam preparadas com os produtos da região.


É aqui encontramos o povo no seu habitat natural, nas rotinas do dia-a-dia, as mulheres com os seus trajes típicos são o elemento activo, os homens esses revelam uma atitude mais passiva nesta azafama do compra e vende onde todos movem-se com harmonia e indiferença aos turistas e mochileiros que vagueiam sem rumo. O acto de regatear não é propriamente um hábito entre os comerciantes mas podemos sempre tentar sobretudo quando uma compra envolve vários artigos.

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